• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Com ética, honestidade, comprometimento, segurança, confiabilidade, respeito, qualidade, satisfação,e trabalho em equipe.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Receita deve alterar MP que afeta exportador

Fontes ligadas aos segmentos exportadores contam que o governo federal deverá aceitar derrubar um dispositivo que atinge em cheio as empresas que vendem ao exterior.

Fonte: Valor Econômico

Marta Watanabe

Fontes ligadas aos segmentos exportadores contam que o governo federal deverá aceitar derrubar um dispositivo que atinge em cheio as empresas que vendem ao exterior. Trata-se do artigo da MP que regulou a lei contábil (MP nº 449) e que impede que os exportadores abatam créditos de PIS, Cofins e IPI do valor devido mensalmente com Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A MP tramita no Congresso e já há várias emendas supressivas ao dispositivo. O Ministério da Fazenda deverá aceitar a retirada do artigo sem resistência. Um pleito para retirar o dispositivo foi feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Procurada, a assessoria de imprensa da Receita Federal informou que o dispositivo passará por "alteração" em breve.

A restrição da MP nº 449 já está funcionando na prática, desde o mês passado. O sistema de compensações da Receita Federal limitou o aproveitamento de créditos no IR e na CSLL relativos a dezembro de 2008 e recolhidos em janeiro último.

Até antes da MP, a compensação de créditos de PIS, Cofins e IPI era feita mensalmente. A MP nº 449, porém, determinou que os créditos desses tributos, gerados durante todo o ano de 2009, só poderão ser compensados em março de 2010. A restrição vale para as empresas que apuram IR pelo lucro real por estimativa, inclusive para o chamado regime de "suspensão e redução".

A medida, explicam representantes de exportadores, é interessante para a Receita. Se for mantida, ela trará para o órgão, em 2009, uma receita que só entraria em 2010. A medida, explica o tributarista Heleno Taveira Torres, causou alvoroço entre os exportadores porque traz um problema ao fluxo de caixa num momento de retração no crédito. "Trata-se de dispositivo totalmente inoportuno".

Sem a compensação, na prática a empresa precisa tirar do caixa recursos para pagar o IR e a CSLL em 2009. Segundo cálculos da AEB , se a restrição não for derrubada, afetará quem tem mais de 30% do faturamento com exportações, porque a empresa não conseguirá absorver todo o crédito de PIS/Cofins, principalmente . A associação estima que o problema atinge entre 20% e 30% das mil empresas responsáveis por 90% das exportações em valor e prejudica principalmente os fabricantes de produtos manufaturados.

Com problemas de caixa para pagar os tributos, algumas empresas chegaram a questionar judicialmente a restrição. O advogado Marcos Ferraz de Paiva, do escritório Choaib, Paiva e Justo Advogados , diz que uma mudança no dispositivo será bem-vinda. Ele explica, porém, que há uma preocupação em relação ao prazo que as empresas têm para fazer o recolhimento do IR relativo a janeiro. Com esse pagamento, o contribuinte declara qual a opção que adotará para pagar o IR durante 2009.

Com a restrição embutida na MP 449 para quem está no lucro real por estimativa, muitas empresas já pensavam em mudar o regime de tributação. O regime do "IR trimestral" é a solução mais recorrente. O problema, diz, é que o vencimento do IR de janeiro para quem optar pelo lucro por estimativa é fim de fevereiro. O vencimento para o trimestral acontece em abril. "Caso o dispositivo realmente caia, é preciso definir o tratamento a ser dado para o período em que a restrição da MP nº 449 permanecer em vigor."