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O que a Geração Z espera dos processos de trainee?
A consultoria realizou o estudo com 4714 pessoas que possuíam algum tipo de relação com programas de trainee, sejam eles aprovados, reprovados, atualmente candidatos ou interessados.
A Eureca, consultoria especializada em recrutar e desenvolver estagiários e trainees, acabou de lançar a primeira edição da pesquisa Radar das Juventudes, que traz como tema “O que as juventudes esperam dos programas de trainee?”. A consultoria realizou o estudo com 4714 pessoas que possuíam algum tipo de relação com programas de trainee, sejam eles aprovados, reprovados, atualmente candidatos ou interessados.
Um dos principais pontos ressaltados na pesquisa é a expectativa desses jovens de desenvolverem uma carreira de longo prazo na empresa, sendo efetivados e promovidos após o programa de trainee. Tanto que, segundo os respondentes, os fatores mais relevantes para tornar um programa de trainee atrativo são: a perspectiva de carreira e crescimento dentro da empresa (opção marcada por 83,4% dos respondentes) e a existência de um programa de desenvolvimento estruturado (selecionado por 46,22% dos participantes).
“Acredito que ainda exista uma impressão por parte dos empregadores, que tem observado um crescimento no seu turnover, de que as juventudes vejam o trainee somente como um trampolim para suas carreiras pessoais, prezando menos a construção de uma trajetória de longo prazo na sua empresa. Porém, o que a pesquisa nos mostra é que a maioria deles busca o trainee para uma carreira promissora e duradoura na empresa”, explica Carolina Utimura, CEO da Eureca, ressaltando que essa intenção pode ser observada em diversos momentos da pesquisa.
Expectativas dos trainees
Inclusive, quando perguntado sobre qual o objetivo do participante ao entrar em um programa de trainee, 56,4% dos jovens responderam justamente que buscam uma carreira promissora e de longo prazo na empresa. “Uma curiosidade que observamos na pesquisa é que não foram identificadas mudanças entre os objetivos das pessoas que já ocupam um cargo de Trainee e o grupo geral de respondentes. Isso quer dizer que, mesmo após conseguirem a vaga, os objetivos continuam similares”, conta Utimura.
Visto que culturalmente os programas de trainee são pensados para formar sucessão dentro das empresas, espera-se que, ao final do programa, os jovens obtenham uma promoção, seja para analistas seniores, especialistas ou cargos de liderança. Pensando nisso, foi perguntado para esses jovens talentos: Quanto tempo depois da aprovação em um processo seletivo de trainee você esperaria uma promoção de carreira dentro da empresa? Dos participantes, 31,1% afirmaram esperar uma promoção até o final do primeiro ano, enquanto 57,7% conseguem esperar entre 1 ano e meio e 2 anos.
“Também é interessante observar que, dentre os trainees já empregados, a maioria quer uma cadeira de liderança, mas só 39,7% acreditam que estarão prontos para assumir um cargo de analista após o programa e somente 26,1% se consideram preparados para um cargo de coordenação. Essa lacuna entre sua vontade e sua autopercepção é curiosa: se de um lado eles buscam o que os empregadores querem, mas não se sentem preparados para isso, abre-se uma hipótese sobre como estamos formando e instrumentalizando esses talentos”, analisa Utimura.
Ainda segundo a executiva, seria interessante revisar os modelos de formação de trainee nas empresas, focando no que é sucesso para o jovem talento e, também, para a companhia, ou seja, que esse trainee alcance uma posição de liderança ao final do programa. Para isso é necessário alinhar expectativas, jogar limpo e, também, compartilhar a responsabilidade sobre esse sucesso com os próprios trainees.
“Observando os resultados da pesquisa, vejo o quão importante é tentarmos entender o pano de fundo das inquietações da Geração Z. Nós já sabemos que as relações de trabalho foram fortemente alteradas nos últimos três anos, devido à pandemia, e, com isso, o bem-estar, a saúde mental e uma relação mais próxima e humanizada entre líder e liderado se tornaram mais importantes para os jovens. Por outro lado, as condições socioeconômicas trouxeram um maior medo do desemprego e, assim, uma maior busca por estabilidade de carreira” reflete Utimura e finaliza afirmando: “Eles querem ficar, mas a empresa e suas lideranças precisam ajudá-los a ver a realidade como ela é e cocriar as soluções individuais para que sintam que estão crescendo diariamente”.