Notícia
Salário emocional: conheça 10 fatores que definem a remuneração além do dinheiro
Salário emocional, você já ouviu essa expressão? Essa remuneração não é feita por meio de dinheiro, mas sim de satisfação de uma pessoa no trabalho. Esse conceito, que é composto por todas as coisas positivas e não financeiras que é possível obter exercendo uma atividade profissional, começou a ser estudado há 10 anos.
Salário emocional, você já ouviu essa expressão? Essa remuneração não é feita por meio de dinheiro, mas sim de satisfação de uma pessoa no trabalho. Esse conceito, que é composto por todas as coisas positivas e não financeiras que é possível obter exercendo uma atividade profissional, começou a ser estudado há 10 anos.
A mexicana Marisa Elizundia, especialista em recursos humanos, pesquisa o tema há anos na Espanha e diz que espera criar uma nova forma de pensar o trabalho a partir desse conceito. A especialistas explica que para a força de trabalho, os fatores emocionais que condicionam o trabalho são cada vez mais determinantes, principalmente em tempos de pandemia, onde predomina a sensação de “viver para trabalhar”.
Analisar o seu salário emocional pode ajudá-lo a avaliar em que medida o seu trabalho realmente o satisfaz e quais elementos você deve observar e, se possível, modificar, para encontrar o equilíbrio.
“O salário econômico é a base, mas tudo o mais tem que ser adicionado a essa equação, todos aqueles elementos que ajudam você a crescer pessoal e profissionalmente. Esse é o salário emocional”, diz Elizundia à BBC News Mundo.
“Nós investimos um terço de nossas vidas no trabalho e não podemos pensar nisso apenas em termos econômicos. Sim, você trabalha por dinheiro, mas se tirar a parte econômica, o que você tira disso? Por que você trabalha?”, questiona.
O salário emocional reúne todos os elementos que “vão influenciar suas decisões no trabalho, como você se relaciona e todos os seus comportamentos”.
“Não é algo fixo, pode mudar com o tempo, e você é um agente muito importante para administrar ativamente seu salário emocional e reivindicar o que falta, mas os líderes à frente das empresas também têm uma importância brutal”, explica Elizundia.
Mas ela alerta que um alto salário emocional não compensa um baixo salário econômico — até porque a remuneração é a melhor forma da empresa mostrar que valoriza o funcionário.
“No final das contas, se as empresas querem reter seus melhores talentos, elas devem dar-lhes uma compensação financeira adequada. O salário emocional é algo que se soma ao salário econômico”, diz a especialista.
Algumas empresas aproveitam o ‘salário emocional’ para atrair talentos ou ganhar a lealdade de seus funcionários. E não há nada mais improdutivo do que um funcionário infeliz.
Outras, por outro lado, consideram isso uma despesa. “E do ponto de vista contábil, é mesmo, pois é preciso investimento para fornecer um bom salário emocional”, escreveu Juan Alfonso Toscano Moctezuma, doutor em Ciências da Administração pela Universidade de Ciudad Juárez, no México, em um trabalho acadêmico de 2020.
Alguns exemplos de salário emocional são horários flexíveis, folgas, creches, benefícios sociais, atividades de voluntariado ou espaços de lazer na empresa, explica a IMF Business School, escola de negócios em Madri, na Espanha. Coisas como reconhecimento, treinamento e planos de treinamento também fazem parte do salário emocional.
Os 10 fatores
Em sua pesquisa, realizada em mais de vinte países e em vários tipos de empregos, Elizundia encontrou 10 fatores-chave que servem para medir o salário emocional. Em resumo, são eles:
- Autonomia — “É a liberdade que se sente para poder administrar seus próprios projetos”, diz Elizundia.
- Pertencimento — “O fato de pertencer a um grupo que te valoriza e te reconhece”.
- Criatividade — “Muitas pessoas acreditam que a criatividade é algo exclusivo dos artistas, mas mesmo as pessoas com trabalhos considerados mais ‘sérios’ podem colocar sua marca criativa no trabalho”, diz Elizundia.
- Plano de carreira — “A projeção de carreira no futuro, a perspectiva de médio e longo prazo na sua carreira”.
- Prazer — “É a parte de curtir, ter momentos agradáveis no trabalho”, explica ela. “Não podemos falar de felicidade, porque ela é um conceito muito mais complexo, mas é possível ter momentos de alegria e diversão no trabalho.”
- Dominar sua função — “A satisfação que você sente com um trabalho bem feito te enche de orgulho. E essa satisfação te faz ficar um pouco melhor a cada dia em sua função, você começa a aprender o que vai dar certo ou errado, começa a se tornar proficiente no que faz.”
- Inspiração — “Aqueles momentos que você tem graças ao seu trabalho que geram um sentimento de ampliação de possibilidades, que te inspiram, que te dão uma nova perspectiva, uma nova forma de olhar situações e pessoas que talvez você não tivesse antes.”
- Crescimento pessoal — “É quando, graças ao seu trabalho, você enfrenta desafios que o ajudam a melhorar como pessoa, a obter mais de si mesmo.”
- Crescimento profissional — “São aqueles momentos que te ajudam a exercitar suas habilidades e seus talentos no caminho para ser um profissional melhor”.
- Ter um propósito — “É quando você tem a sensação de que seu trabalho contribui para os seus próprios propósitos e os da empresa, que aquilo tem um significado para você”, diz Elizundia.