• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Com ética, honestidade, comprometimento, segurança, confiabilidade, respeito, qualidade, satisfação,e trabalho em equipe.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Reforma tributária trará mais simplificação para as empresas, sem aumento de impostos

A necessidade de o Brasil promover a reforma tributária é consenso entre os tributaristas, empresários e profissionais da Contabilidade de todo o Brasil. Mas é importante analisar o que essas novidades vão acarretar para o bolso e o dia a dia de pessoas físicas e jurídicas.

A necessidade de o Brasil promover a reforma tributária é consenso entre os tributaristas, empresários e profissionais da Contabilidade de todo o Brasil. Mas é importante analisar o que essas novidades vão acarretar para o bolso e o dia a dia de pessoas físicas e jurídicas.

Em entrevista ao Portal Dedução, a tributarista Camila Tapias, sócia da Utumi Advogados, explica como é possível “dar a volta por cima”, aplicando tanto o dinheiro quanto o tempo despendido nas organizações – o que movimentaria, de fato, a economia brasileira e nos ajudaria a sair da crise econômica o qual estamos mergulhados. “Sem dúvida, uma reforma tributária é benéfica para todas as partes envolvidas nos processos de tributação”.

Acompanhe:

Um Levantamento da Instituição Fiscal Independente – IFI, órgão vinculado ao Senado Federal, mostra que os gastos do governo com os desdobramentos da pandemia e seu enfrentamento devem superar os R$ 600 bilhões este ano, o que é equivalente a quase 9% do PIB brasileiro. Considerando perdas de receitas e outros eventos, a IFI projeta déficit primário de R$ 877 bilhões para este ano, representando 12,7%. Qual sua avaliação sobre este cenário?

Trata-se de um cenário extremamente preocupante. Nós já estávamos com um alta carga tributária, porém necessária. É importante ressaltar isso: o Brasil tem uma alta carga de tributos sim, mas esse peso é extremamente compulsório para fazer frente a todos os gastos públicos. Muitos dizem que isso se deve à corrupção. Sim, não nego e esses números também não constam em dados oficiais, mas esta é a carga tributária que nós temos, isso é fato, e não podemos deixar para lá a questão que temos um orçamento muito alto para fazer frente. Somado a tudo isso, existe a pandemia. Se ajuntarmos todos os fatores, veremos que a questão é: há a necessidade de fechar a conta.

Era esperado aumento da carga tributária?

Não esperávamos que houvesse redução da carga tributária, mas uma simplificação, o que nos auxiliaria a resolver muitos problemas os quais temos hoje. Para um Brasil pós-pandemia, a realidade é outra e essa elevação dos percentuais de tributos acaba se tornando uma necessidade e uma urgência.

Para a pauta da reforma tributária, há a ideia de se criar um imposto sobre as transações financeiras digitais e a transformação do IPI em um “imposto do pecado”. Qual seria o impacto dessas novidades em uma economia já fragilizada como a nossa?

Primeiramente, vamos nos ater ao imposto sobre os bens digitais [que o ministro da Economia, Paulo Guedes] chama de Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF Digital: antes do presidente Jair Bolsonaro ser eleito, em período de campanha, o Guedes, cotado para ser ministro, já falava da volta da CPMF. Na verdade, esse já era um tributo que estava sendo estudado, já era uma proposta para que entrasse o mais rápido possível. Já o imposto do pecado incidiria sobre produtos não essenciais, como cigarros e bebidas alcóolicas, por exemplo. Na verdade, ele já estava contemplado na Proposta de Emenda Constitucional – PEC nº 45, do Baleia Rossi, a qual está muito boa e tem redação de alguns professores da Fundação Getúlio Vargas – FGV, inclusive, como o economista Bernard Appy.

Qual é o teor dessa PEC?

O objetivo da PEC nº 45 é substituir Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, Programa de Integração Social – PIS, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal – ICMS e Imposto sobre Serviços – ISS pelo IBS, o Imposto sobre Bens e Serviços, novo tributo que pode vir a ser criado como parte da reforma tributária no Brasil. Porém, existe também a instituição de um IPI para bens não necessários, conhecidos como supérfluos, que seria um imposto seletivo federal, a incidir sobre bens e serviços específicos para que o consumo se desejasse desestimular, como os cigarros e bebidas.

Há alguma questão nova nessas propostas?

A única coisa definitivamente nova que se fala hoje é a criação de um empréstimo compulsório. Todos os outros, como o IPI e a CPMF dos bens digitais, não são situações novas; muito pelo contrário: são situações que já vinham sendo discutidas antes da pandemia. A única coisa que mudou foi a urgência disso com o coronavírus.

É muito difícil manter uma empresa hoje no País. Nós sabemos que além da carga tributária, há multas, cumprimento de obrigações acessórias, prazos, dores de cabeça… Há possibilidade de, com a reforma tributária, o sistema ser simplificado de fato?

Sem dúvida alguma. Inclusive, é importante salientar o principal propósito da reforma tributária brasileira, que é o de justamente facilitar, para os contribuintes, o emaranhado de obrigações acessórias, de tempo, de pessoas envolvidas. Hoje, é contador, advogado, analista, estagiário… É muito profissional envolvido para entregar para os fiscos mensalmente todas as informações solicitadas. É muita gente, muitas horas, muito tempo em horas, dias, meses e anos para dar conta do recado. O objetivo da reforma tributária sempre foi simplificar e não aumentar a carga de impostos, a qual já é alta.

A dramática situação que estamos vivenciando hoje deve servir de mote para colocarmos a importância do equilíbrio fiscal em pauta?

Nunca foi tão pertinente a necessidade de uma reforma tributária para conseguirmos equalizar os problemas tributários que já existiam e que forma escancarados com a crise proporcionada pela pandemia da Covid-19.