• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Com ética, honestidade, comprometimento, segurança, confiabilidade, respeito, qualidade, satisfação,e trabalho em equipe.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Selic deve subir 0,5 ponto percentual

No governo, também há a expectativa de uma nova alta da Selic, mas, para interlocutores da presidente, não há espaço para que a taxa suba acima de 10%.

Fonte: Correio Braziliense

O Banco Central (BC) deve dar nesta semana mais um passo na cruzada em direção aos juros altos. Analistas apostam em nova elevação de 0,5 ponto percentual da taxa básica, a quinta consecutiva no ano. A penúltima reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) começa amanhã e termina na quarta-feira. Ao elevar a Selic para 9,5% ao ano, a autoridade monetária tentará colocar um freio na escalada dos preços e buscará recuperar um dos maiores ativos perdidos no governo Dilma Rousseff: a credibilidade.

Em 2013, apesar de os juros já terem subido de 7,25% para 9%, a alta dos preços de produtos e serviços têm ficado persistentemente na casa dos 6% ao ano, quando o centro da meta é de 4,5%, com intervalo de dois pontos para cima ou para baixo. Nos últimos três anos, a inflação ficou sempre acima desse patamar e deverá, por mais dois anos, permanecer distante do centro da meta, segundo projeções da própria autoridade monetária. "O BC tem tentado recuperar um pouco da credibilidade. Mas o caminho a percorrer é muito longo, porque as expectativas para a inflação estão muito deterioradas", diz Antonio Madeira, economista da Consultoria LCA.

Caso quisesse mostrar comprometimento em levar a inflação para o centro da meta, acredita Madeira, a autoridade monetária teria de adotar uma postura mais agressiva, elevando os juros para acima de 10% ao ano. "Não parece ser esse o caso. Apesar do ciclo da alta de juros em andamento, este ainda é o BC da Dilma, e não do (Alexandre) Tombini", avalia. No governo, também há a expectativa de uma nova alta da Selic, mas, para interlocutores da presidente, não há espaço para que a taxa suba acima de 10%.

Elevar a Selic a um patamar muito alto decretaria também o fim de uma das principais bandeiras de Dilma: a dos juros baixos. Um segundo argumento é que um aperto maior poderia prejudicar ainda mais o já fraco crescimento econômico do ano. "O BC não quer entrar em uma bola dividida", afirma Madeira. Para o economista, a Selic como estava até abril, em 7,25%, estava bem abaixo da taxa de neutralidade, aquela que representa juros capazes de deixar a inflação sob controle sem produzir estragos no crescimento.

Doutor em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Roberto Feldmann reforça que novas correções para cima nos juros têm o poder de minar o  investimento. "Se as taxas estão altas, o empresariado prefere colocar o dinheiro no banco. Mas, quando elas estão baixas, ele tem de aplicar na própria economia, gerando emprego e renda", pondera. Para Feldmann , a inflação elevada é culpa da baixa produtividade do trabalhador, e não da demanda aquecida dos consumidores, questão que seria combatida com  altas de juros.