• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Com ética, honestidade, comprometimento, segurança, confiabilidade, respeito, qualidade, satisfação,e trabalho em equipe.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Empresas sugerem ampliar benefícios concedidos pela chamada "Lei do Bem"

O Ministério da Ciência e Tecnologia realizou ontem um novo esforço para impulsionar os investimentos das empresas em pesquisa

Autor: Fernando ExmanFonte: Valor Econômico

O Ministério da Ciência e Tecnologia realizou ontem um novo esforço para impulsionar os investimentos das empresas em pesquisa, desenvolvimento e inovação. A intenção da pasta, que segue diretriz da presidente Dilma Rousseff de elevar a competitividade do Brasil, é aumentar o número de companhias que acessam os benefícios da chamada Lei do Bem. Em outra frente, o ministério tenta abrir um canal de diálogo com o setor produtivo para a discussão de melhorias na própria Lei do Bem e em outras propostas que tratam do setor e estão em debate no Executivo e no Congresso.

"Temos colocado o setor industrial no centro das nossas atenções", afirmou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Alvaro Toubes Prata, na abertura do seminário "Contribuição dos incentivos fiscais da Lei do Bem para o aumento da competitividade por meio da pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil". O evento também foi usado pela pasta para disseminar no setor privado algumas das "boas práticas" no uso dos incentivos oferecidos pelo Executivo ao setor produtivo para inovação.

A Lei do Bem entrou em vigor em 2005, concedendo deduções de Imposto de Renda, CSLL, IPI e outros incentivos como a depreciação acelerada de bens relacionados aos projetos de inovação. Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, tais benefícios podem gerar uma economia total de 14,4% a 34% nos gastos das empresas com pesquisa e desenvolvimento. Mesmo assim, a pasta encerrou 2011 com apenas 767 empresas beneficiárias, principalmente dos setores automotivo, petróleo e petroquímico, materiais elétricos, máquinas e produtos farmacêuticos. Os dados de 2012 ainda não foram fechados.

A renúncia fiscal concedida no âmbito da Lei do Bem em 2011 foi de R$ 1,4 bilhão, ante R$ 1,7 bilhão no ano anterior. No mesmo período, os investimentos em pesquisa das empresas contempladas pela Lei do Bem caíram de R$ 8,6 bilhões para 6,8 bilhões. Segundo Toubes Prata, o país atualmente investe apenas 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento, sendo que o setor público responde por metade desse valor. A meta do governo é criar condições para elevar esse índice para 1,8% do PIB até 2014.

"O investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação não existe por si só. Ele acompanha o ciclo de investimento global das empresas", argumentou o secretário-executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Naldo Medeiros Dantas.

Na avaliação de integrantes do próprio governo, a Lei do Bem é pouco acionada por pequenas empresas e tem principalmente reforçado os investimentos em pesquisa de empresas que já mantêm projetos de inovação.

Para o gerente de relações institucionais da Embraco, João Guilherme Braga Ribeiro, o governo deveria permitir que os incentivos da Lei do Bem fossem usufruídos pelas empresas durante um determinado período de tempo após a realização dos investimentos em pesquisa, uma vez que esses desembolsos não geram retornos imediatos. O governo tende a atender essa demanda. O representante da Embraco sugeriu ainda que o Executivo crie créditos tributários que cortem os custos de contratação de pesquisadores com mestrado e doutorado.

O diretor de Tecnologia da Vale, Luiz Eugênio Mello, ponderou que o governo deveria reduzir as limitações existentes para a terceirização do desenvolvimento de pesquisas, a pactuação de convênios com universidades e convênios com instituições internacionais. Ele também defendeu a manutenção do regime de depreciação acelerada de equipamentos inicialmente usados em projetos de pesquisa e depois reaproveitados pelas empresas, o que hoje não é permitido. "Parece existir ainda uma insegurança das empresas para solicitar os benefícios", disse Mello, para quem "levar os créditos para frente é fundamental".