• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Com ética, honestidade, comprometimento, segurança, confiabilidade, respeito, qualidade, satisfação,e trabalho em equipe.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Real forte continua

"O empresariado vai ter que se acostumar com essa nova realidade"

Autor: Ullisses CampbellFonte: Correio Braziliense

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse ontem que o real vai continuar forte "por um longo período" em relação ao dólar. A valorização da moeda brasileira, segundo ele, ocorre porque o Brasil entrou no grupo de países com contabilidade fiscal equilibrada, o que fortalece a moeda. "O empresariado vai ter que se acostumar com essa nova realidade", advertiu. Ontem, no 4° Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, industriais reclamaram de prejuízos por causa do câmbio.

"Não está valendo a pena exportar determinados produtos para os Estados Unidos, como insumos de madeira, porque o valor despencou com o fortalecimento do real", disse Mauro Montenegro, que tem uma serraria no Pará. Em abril, a empresária Ana Christina Sibilin vendeu 220 cadeiras para os EUA e os clientes começaram a pagar no mês passado. Ela conta que teve prejuízo de 20% na venda. "O governo me incentivou a exportar produtos com valor agregado e, agora, dá uma cacetada como essa nos nossos negócios", criticou.

Segundo avaliação dos empresários, a nova política industrial, batizada de Plano Brasil Maior, é "boa" e vai na direção certa. No entanto, alguns se queixaram da falta de clareza na execução das medidas e da falta de novos estímulos à indústria. "Não adianta só anunciar medidas extraordinárias. É preciso mostrar como executá-las", discursou Montenegro. Para o presidente da Embraer, Frederico Curado, uma política industrial eficiente deveria ir além das medidas anunciadas em Brasília. No entanto, ele considerou o pacote como um passo importante.

"Pelo menos, algo começou a ser feito", ponderou. Segundo ele, a desoneração da folha de pagamento é a medida que parece ter maior impacto. Curado reclamou que o governo não deixou claro como esse estímulo será estendido a outros setores. Pimentel rebateu dizendo que o governo não tem novas medidas a anunciar e descartou a possibilidade de, ainda neste ano, dar o benefício da folha para outros segmentos. Numa fase considerada de teste, apenas as indústrias calçadista, têxtil, moveleira e de software terão a isenção de contribuição patronal sobre a folha de pessoal.

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, o pacote é positivo, mas não muda, no momento, as projeções da entidade, que apontam para um crescimento de 5% nas vendas de veículos neste ano. O governo instituiu um regime tributário especial para as montadoras e beneficiou caminhões e veículos comerciais leves.