• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Com ética, honestidade, comprometimento, segurança, confiabilidade, respeito, qualidade, satisfação,e trabalho em equipe.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Senado vai discutir revisão do Código de Defesa do Consumidor

Proposta apresentada pela Comissão de Justiça será levada a audiências públicas em agosto; principais órgãos de defesa do consumidor reclamam da falta de participação e divulgação do texto

Autor: Cleide SilvaFonte: Estadão

O Senado vai iniciar, em agosto, audiências públicas para discutir a proposta de revisão do Código de Defesa do Consumidor (CDC) apresentada pela Comissão de Justiça na terça-feira ao presidente do Senado, José Sarney. Ontem, os principais órgãos de defesa dos consumidores e representante de empresas reclamaram da falta de divulgação do texto e de não terem sido consultados em sua elaboração.

Segundo o Senado, entre as propostas estão normas mais rígidas para o comércio eletrônico (prazos de entrega e devolução de produtos) e proibição de publicidade que leva o comprador ao engano, como anúncios de juro zero no financiamento.

As propostas foram feitas por uma comissão de juristas instituída pelo Senado e presidida pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin. Alguns dos membros participaram da criação do CDC, há 21 anos.

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) só recebeu o texto ontem à noite. Em nota, disse que vai se manifestar "tão logo seja possível análise detalhada das propostas." Adiantou que "qualquer proposta normativa relacionada ao consumidor deve ter como pressuposto a ampliação de direitos e garantias já assegurados, em respeito ao princípio do não retrocesso de direitos."

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Procon-SP também farão comentários só após ter acesso ao documento. Francisco Fragata Júnior, sócio do Fragata e Antunes Advogados, maior escritório do País especializado em relação de consumo, reclamou da ausência de representantes dos fornecedores na comissão. O escritório representa empresas envolvidas em 120 mil ações.

Fragata ressaltou que itens da proposta já estão contemplados no código, como a devolução em até sete dias do produto adquirido via Internet. Sobre o prazo de entrega, espera ponderação em relação ao local para onde o produto será enviado e responsabilidades, como falha do Correio.

Recentemente, a Americanas.com foi multada e impedida de vender produtos no Rio de Janeiro por causa do alto índice de reclamações de clientes.

A relatora da comissão, Cláudia Lima Marques, disse que a ideia não é "mudar o código existente, mas atualizá-lo e adaptá-lo às novas tecnologias, como a do comércio eletrônico, e a fenômenos recentes, como facilidade de acesso ao crédito para uma camada da população antes impossibilitada de adquirir bens de consumo de maior valor." Segundo ela, "não existe crédito a juro zero porque as financeiras não teriam motivo para emprestar o dinheiro. Se o preço não é igual ao valor à vista, isso precisa ficar claro." Para Fragata, "o que muitas lojas cobram é o custo da depreciação do dinheiro na compra parcelada e não juro, que é a remuneração do dinheiro emprestado".