• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Com ética, honestidade, comprometimento, segurança, confiabilidade, respeito, qualidade, satisfação,e trabalho em equipe.

    Entenda como fazemos...

Notícia

Bancos preveem juro estável para crédito imobiliário em 2010

Especialistas esperam que a Selic encerre 2010 em 11,25% ao ano (ante 8,75% hoje)

Autor: Yolanda FordeloneFonte: EstadãoTags: juros

Enquanto o mercado financeiro discute quando e quanto o juro básico deve subir neste ano, no imobiliário o discurso é de que as taxas dos financiamentos não vão acompanhar a trajetória de alta da Selic. O principal argumento dos bancos é de que a maior parte dos recursos do crédito imobiliário é captada por meio da poupança, investimento que não sofre grandes alterações de rentabilidade quando o juro básico é modificado. 

Especialistas esperam que a Selic encerre 2010 em 11,25% ao ano (ante 8,75% hoje), de acordo com o mais recente boletim Focus do Banco Central (BC), resultado de uma pesquisa com centenas de instituições financeiras e consultorias.

"Os recursos do crédito imobiliário vêm da poupança. Mesmo com a Selic tendo um ajuste, não deve haver alteração nas taxas praticadas", disse o superintendente executivo de crédito imobiliário do Bradesco, Claudio Borges. Por lei, os bancos são obrigados a direcionar 65% do dinheiro da poupança a empréstimos habitacionais. 

Independentemente do novo nível da Selic, a caderneta paga ao investidor 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR) - calculada a partir da taxa média dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs). A rentabilidade estável da caderneta faz com que o custo dos bancos ao captar o dinheiro para empréstimos imobiliários não suba caso a Selic seja elevada. 

O juro do financiamento varia entre 8% e 10% ao ano mais TR. "Parte do cálculo da TR contém a Selic. Se o juro sobe, a TR deve subir também, mas a parte fixa do financiamento não deve ser alterada", afirmou o diretor de empréstimos e financiamentos do Banco do Brasil, Nilson Martiniano. A TR tem um custo muito baixo para o mutuário. Nos últimos meses, tem ficado abaixo de 0,1% ao mês.

Segundo os bancos, não deve ocorrer algo parecido com o visto em outubro de 2008, quando as instituições aumentaram o juro cobrado no empréstimo imobiliário. Em alguns casos, a taxa chegou a 12% ao ano mais TR. "Não foi somente a Selic que fez o juro do crédito subir no passado. Foi uma questão de mercado", lembra o diretor de crédito imobiliário do Santander, José Roberto Machado Filho. Na época, havia o temor de que a inadimplência subiria. 

RECORDE

O início de ano fraco não impediu que 2009 batesse recorde de financiamento em valor e em unidades financiadas. Foram concedidos R$ 34 bilhões em empréstimos com dinheiro da poupança. No total, 302,7 mil unidades foram financiadas, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário Poupança (Abecip).

O aumento da oferta de crédito se explica, em parte, pela captação da poupança. Os depósitos bateram recorde - R$ 300 bilhões - em 2009. "No primeiro semestre, poderia dizer que inexistiu lançamento de imóveis, pois a crise fez com que as construtoras não tomassem mais empréstimos para construir e tentassem vender o estoque existente", disse o diretor de crédito imobiliário do HSBC, Antonio Barbosa.

Segundo especialistas, a confiança da pessoa física na economia aumentou agora. "O comprador ficou receoso em assumir dívidas na crise", disse o diretor de crédito imobiliário do Itaú Unibanco, Luiz França. "Em dezembro, emprestamos R$ 2,39 bilhões à pessoa física. Houve uma volta clara ao financiamento de novos e usados."

A expectativa é de que o crédito avance neste ano. "Esperamos fechar 2010 com R$ 3,7 bilhões em crédito imobiliário", disse o gerente-executivo de empréstimos do BB, Sérgio Augusto Kurovski, que emprestou R$ 600 milhões em 2009. A Caixa Econômica Federal, líder do mercado, acredita que o crédito alcançará R$ 50 bilhões, ante R$ 47 bilhões de 2009.

"O crédito imobiliário ainda representa muito pouco do PIB", frisa Barbosa, do HSBC. Segundo a consultoria Accenture, no Brasil, esse porcentual é de 2,1%, contra 65% nos EUA e 9% no México.